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Falar que El Loco não é ídolo? Que não é botafoguense? Ah, Oswaldo, sua soberba passou dos limites (Foto Arena) |
Ídolo, pessoa pela qual se tributam louvores excessivos ou que se ama apaixonadamente. Personalidade que desfruta de grande popularidade, tais como artistas populares, esportistas e etc. Esta é a definição no dicionário.
Bom, vamos lá, quem está certo? Loco Abreu ou Oswaldo de Oliveira? Pensei bem antes de escrever sobre o assunto. Uma das coisas principais que tento ser é justo quando posto alguma coisa. Está longo, mas acho que vale a leitura.
No fim do ano passado, conversei com Oswaldo de Oliveira, após o último jogo do Brasileiro. Ele foi atencioso, muito educado e mostrou vontade em continuar o trabalho no Botafogo. Tem currículo e é um bom treinador. Mas começou a cavar sua própria cova quando pediu um centroavante horroroso para o lugar do queridinho da torcida. Agora, perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado (como disse o companheiro Renato Maurício Prado, no Central FOX). Ao invés de ter deixado o ego de lado, preferiu responder Loco Abreu e falar coisas que não tem como medir.
Oswaldo não possui prestígio com a torcida alvinegra. Disse que são carentes. Ele tem razão. São mesmo. E um dos motivos é o de não conseguir títulos em sequência e nem uma vaga para a Libertadores, algo que em um ano ele também não conseguiu no clube. E tem todo o direito de não querer Loco Abreu no elenco, seja por ser um cara polêmico ou por achar ruim de bola.
Agora, falar que o uruguaio não é ídolo? Que El Loco não é botafoguense? Ah, Oswaldo, sua soberba passou dos limites, meu caro. Assim que falou isso, o técnico mostrou quem não é, de fato, botafoguense. Qualquer torcedor do Glorioso, querendo ou não a permanência de El Loco, o tem como ídolo, assim como os outros que ele falou, mas em patamares diferentes.
EL LOCO FEZ COM QUE O ALVINEGRO SE TRANSFORMASSE EM TUDO O QUE NÃO FOI NAS DERROTAS: AMBICIOSO, CORAJOSO E CAMPEÃOProvavelmente, na década passada, Oswaldo conseguia mais um importante título japonês, quando o Botafogo sofria em decisões disputadíssimas com o Flamengo, seu maior rival. E durante três anos seguidos, perdeu, sempre de maneira dramática, dolorida e tendo no goleiro Bruno, seu maior algoz. Eis que em 2010, um trio formado por Loco Abreu, Herrera e Jefferson se mostrou imune à pressão, ignorou o chororô e acabou com a zoação rubro-negra. Dos três, Abreu foi o que teve maior destaque. Além de gols durante a competição, através de uma cavadinha irresponsável colocou o melhor goleiro do Brasil, na época, no chão, e fez com que o Alvinegro se transformasse em tudo o que não foi nas derrotas: ambicioso, corajoso e campeão.
Depois, "cojones" contra o Vasco, mais cavadinha contra o Fluminense e muitas declarações cheias de irreverência e arrogância. Algo que o botafoguense não estava mais acostumado a escutar desde Túlio Maravilha. Passaram a conviver nos últimos anos com uma geração talentosa, mas que acabou ficando marcada por reclamações à arbitragem, às vezes justas, mas, em sua maioria, exageradas.
Foram tempos de "Locura". Loco Abreu ajudou a resgatar a dignidade e o orgulho do torcedor botafoguense. Os adversários passaram a respeitar mais a Estrela Solitária. Capa dos principais jornais inúmeras vezes, o Botafogo voltou a ter um personagem de peso. Fez-se um ídolo.
Ano passado, El Loco errou em ir para o Figueirense. Deveria ter permanecido para brigar por uma vaga no time e provado que o treinador estava errado. Seu ego também é enorme. Mas os erros de ambos poderiam ter ficado no passado. Loco estaria de volta em 2013. Seu substituto daria adeus, para alegria da torcida. Mas quando tudo estava prestes a acontecer, Oswaldo declara que Loco e Seedorf não poderiam ser escalados juntos. Ora bolas, professor, se o cara não pode jogar com o melhor jogador do time, é porque ele não serve.
Recado dado. E o uruguaio voltou à terra natal. Oswaldo continuou. Venceu a batalha. Mas não quis engolir sapo e fez questão de repudiar a condição de ídolo conquistada por Abreu. Ele pode ser experiente, mas ainda não aprendeu que ídolo não se compra no mercado, não se faz em um mês, e às vezes nem em 10 anos. O que faz alguém ser um ídolo é carisma, atitude e conquistas. Isso, Loco tem de sobra. E Oswaldo terá que conseguir rapidamente no Botafogo. Senão, ouvirá até o seu último dia em General Severiano os gritos de "Uh, El Loco". É a clara resposta da torcida às afirmações equivocadas e presunçosas de seu treinador.
Rapidinha: Meu porteiro Nilo Geraldo, já famoso aqui no blog quando falo de Botafogo, me disse o seguinte há alguns dias:
"Seu Claudio, meu neto adora o Seedorf, mas na hora de comprar a camisa do Botafogo, ele não quer a 10. Chega na loja e pede a 13, pede boneco do Loco Abreu, caneca, e até aquela dentadura que ele usa do Uruguai. Como vou explicar pra ele agora que o chefe do Botafogo não o quer mais?"
Isso é pura idolatria, professor... A mais singela que existe.
Por SEM FIRULA/Claudio Portela/foxsport